quarta-feira, 4 de março de 2009

PRIMEIRA PARTE

Ela deitou-se para dormir, era um dos dias mais quentes do ano, cada poro de seu corpo transpirava. O ar abafado do quarto a irritava e sufocava. Ligou o ventilador, cerrou os olhos, acomodou-se melhor na cama. Todos os lados do travesseiro já estavam aquecidos, quando sentiu uma estranha presença no quarto vazio. Aquele sentimento de não estar sozinha a deixava em pânico. Resolveu ignorar até onde a curiosidade a permitisse.
Abriu os olhos e por um segundo viu o assustador rosto de um homem magro ao pé da cama. Aqueles olhos azuis a fitavam fixamente com ar de paranóia e obsessão. Seu coração disparou, podia ouvir os batimentos cardíacos ressoando em sua mente, o medo tomou conta de seus movimentos. Piscou e ele já não estava mais lá. Levantou-se depressa, sem saber ao certo o que fazer, puxou o lençol e cobriu-se como se aquele pano amassado pudesse protegê-la de alguma ameaça. Buscou em baixo da cama o sujeito esquisito, mas encontrou somente o vazio da poeira e almofadas jogadas. Desesperada arrastou cômodas e móveis de seu quarto, abriu as portas dos armários, puxou o tapete e atirou-o contra a parede, irada. Não encontrou ninguém, nem pistas nem vestígios de outra presença no quarto senão a dela mesma. E mesmo morando sozinha achou mais seguro trancar a porta do quarto, duas voltas na chave...
Aceitou que o que vira não passava de uma mera alucinação, deitou-se novamente, abraçou o travesseiro e assombrada pela idéia de perder a sanidade, chorou igual a uma criança, até dormir.

Os raios da manhã invadiram as pequenas aberturas da persiana e ela acordou com uma sensação de que algo acontecera na noite anterior, mas preferiu acreditar que tivera sido apenas um sonho, um devaneio de sono e cansaço. Levantou-se, lavou o rosto, vestiu-se e tomou seu café preto e forte, como sempre. O sol a convidou para um banho de piscina e ela subiu ao último andar do prédio onde ninguém ia. Por ser um edifício de flats, era habitado somente por executivos que não tinham tempo para nada, senão ternos e ligações. Repousou seu livro em uma das espreguiçadeiras, todas vazias, largou sua saída de banho no chão e deu um mergulho purificador.
Ao subir de volta à superfície, olhou a sua volta, não tinha ninguém, mas sentia-se sorrateiramente observada..............

Um comentário:

Uma estranha Bacana!! disse...

aa amor que lindooo ...
to com saudadesssss.....
te amo por de maisssssssssssssssssssssssssss