A sala estava fria, o azul das paredes fazia o vento parecer mais gelado do que de fato era. Estava uma noite calma. O estudio de vídeo estava lotado de alunos patéticos e iguais. Todos a sua volta pareciam idiotas perto de câmeras de vídeo e foi quando ela se deu conta que aquilo tudo simplesmente não fazia sentido. Continuou a ouvir explicações sobre o manuseio de aparelhos e como tudo aquilo estava incrivelmente irritante aos seu conhecimento tão acostumado ao tato de câmeras digitais.
Foi quando olhou para a porta e viu, por ela entrando, ele com o cabelo negro arrepiado, a pele branquinha de quem vai à praia, mas não toma sol, a mochila a tira colo. Encontrou seus olhos e nesse instante escapou um sorrisinho pelo canto da boca de ambos. O sorriso lateral dele em exata harmonia com o nariz perfeito e barba mal feita.
Ela piscou o olho, ele não estava lá. Ninguém havia entrado pela porta. Lembrou-se que nunca mais o veria, que infelizmente tal cena, agora, era impossivel. O seu tão querido sorriso tinha escapado-lhe das mãos como areia ao vento e nada podia fazer a respeito disso. E antes tal incidente houvesse sido culposo de sua parte, que ela tivesse errado de modo absurdo e grotesco, mas não. A simples e dolorosa decisão de morrer fora dele....
quinta-feira, 19 de março de 2009
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