IMAGINE

E ela acordou na quarta feira... como de costume a janela estava com a persiana aberta, olhou para a cidade, e como em um sonho todos os prédios, as casas, a rua e o céu estavam cor-de-rosa, e o mais peculiar: ela não estranhou, sorriu! Se espreguiçou quase como um ritual e levantou da cama de bem com a vida, com o dia, com ela mesma. Parou, pensou, reagiu e sorriu... um leve sorriso de canto de boca, aquele que quase deixa escapar o pensamento. Dormiu mal durante a noite, sonhava e queria acordar dentro de seu sonho, queria abrir os olhos e estar dentro daquela realidade imaginária, com as pessoas que nela viviam, com os planos que se concretizam somente dentro de sua cabeça. Com ele. Mas não se importou em levantar-se. Só de lembrar de seu sorriso, sua boca, seu abraço, no dia anterior já era mais que suficiente pra ela deixar de lado qualquer problema que fosse. Sentada em seu quarto, já não se importa mais com nada, nem com ninguem. Fora tomada por uma sensação estranha, uma mistura de verdade com ficção, uma conversa longa e um beijo curto, um abraço demorado e palavras rápidas. Livre.... leve... solta... ela ficou, imóvel durante bom tempo, sentada na janela de seu quarto.