terça-feira, 21 de julho de 2009

Repetições

E essa vida que não condiz, condena... Os olhos abertos, cansados, comidos, e ainda com fome... O cobertor pútrido no ombro, ao frio, ao relento... Os dentes sujos, poucos, pardos, perdidos entre uma escuridão e outra... Os ossos doídos, doidos, doentes, difamados que mal ficam em pé... O andar lento, louco, laico, louvado por entre os carros... A vida insignificante.

O olhar triste caído, criado, coitado ao ver e não ser visto... A desigualdade da vida humana, a injustiça de um destino cruel. O frio não causa, customiza. O calor não acalma, amedronta. Uma ponte a moradia, uma calçada a família. O medo amigo a dor companheira.

Um em colchões de ouro, outro em cama de pedra. A balança nunca pesa para o lado oprimido.

Medo, martírio, mentira, maldade, mediocridade, mudança.

Injustiça, invalidez, insuficiencia, inconformismos, intolerância, inutilidade.

A vida como ela é, nunca como deveria ser....

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