quarta-feira, 15 de outubro de 2008

MINHA SIM CITY


Aprendeu a se virar sozinha, em caça ao lusco-fusco, deu voltas sem parar no stand alegórico do seu incansável ser e viu com suas próprias unhas e dentes aquele ser incrível dando de ombros com o que parecia ser mais o eu lírico que um personagem sem cérebro que continha gelo seco correndo pelas veias.

E no cair da bola de fogo no céu azul da tarde pútrida os minúsculos seres faziam daquela maldita banheira de baba e mijo um parque de diversões enquanto sentada no canto o funk dominava os tímpanos meio aguçados de quem tem uma paixão e ela se chama Rock'n Roll.

O que tinha que estar límpido como vinho tinto descendo pela guela da menina viciada em qualquer tipo de alucinógeno, o estilo andrógeno lhe trouxe dúvidas, perguntas dúbias, respostas ambíguas.

A vida lhe tornara amarga como doce cru de ameixa seca, e os cortes profundos no coração pulsante lhe faziam enxugar as maçâs molhadas da água salgada que lhe escorria dos globos. E seus oculares transbordando eram tomados pela alma que cuspia com raiva as lâminas que lhe eram fincadas com olhares.

E acordou no meio da madrugada, com o canto do sabiá à sua esquerda e os berros do casal aos prantos à direita... deu de costas para a cidade... Elevou seu dolorido e jovem corpo sobre a banqueta escrota e miúda do balaústre... era mais alta que todas as construções de concreto cinza da cidade que lhe pertencia... fechou suas lacrimejosas e relutantes pálpebras e cansada largou os ombros por sobre o ferro preto que dividia o mundo real do surreal....

E ELA, LIVRE, LEVE E SOLTA.... VOOU. SEU ÚLTIMO LONGO VÔO DE 10 CURTOS ANDARES.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Un maison s'apelle Leia Mais

Nada irrita mais que estar concentrada em uma atividade e alguma coisa vem atrapalhar. É como estar lendo um livro e algúem vem lhe perguntar que horas são... ou estar estudando e aquele seu meio-amigo vem com aquela meia-conversa do meio-tempo que vocês ficaram meio sem se falar. Ou quando no rádio começa tocar aquela musica que você adora mas que quase nunca toca e você está há um seculo sem ouvir, mas alguem tem que vir e abaixar o volume para lhe perguntar alguma coisa inútil da qual voce num tem noção a resposta e nem se soubesse responderia. Quando a pessoa finalmente desiste, voce aliviado se dirige ao radio louco para aumentar o volume e.... pronto, vem aquele radialista maldito anunciando alguma promoção que você com certeza não fará parte nos últimos minutos de solo do seu guitarrista favorito. É o fim.

Você está lá, sentada tomando seu cafézinho (modo de se falar, pois se trata de uma xícara de quase meio litro do líquido, que fará voce ficar acordada pelas próximas 24 horas...), sua prova de francês será dentro de uma hora, e voce desesperada precisa estudar feito uma louca... Mal coloca o adoçante no seu baldinho de café e comete o erro, sim, o erro pior das pessoas hiperativas... olha para o lado esquerdo, para a calçada... uma olhadinha de leve, inofensiva.... mas ele está lá, passeando com o seu cachorro, Maddox maldito! Mas calma... ainda há uma chance de que ele não note a sua mísera exisência.... reze... se esconda por trás de suas curtas e lisas madeixas... Não! Não! Não!

-Oi!!
-Oi - voce por educação comete seu segundo erro - Tudo bom?
- Ah.... - ele por ser um carente miserável sem amigos - indo né.. sabe como é neh... blá blá blá blá blá blá blá

Já na segunda palavra voce se distraiu com as folhinhas caindo da árvore atrás do ser, que em todo seu enraizamento consegue ser mais interessante que a vida do infeliz tagarelando na sua frente. É o fim, ele faz uma pausa... você dá aquele sorriso amarelo de quem não tem nada a ver com a vida alheia e só queria uns minutinhos de paz para estudar... mas ele é incansável... conta toda sua vida amorosa (como se você fosse obrigada a ouvir... puft!) ... e continua... anos no divã são despejdos em cima de você e do seu livrinho de francês.... outra pausa... ele te olha, olha seu livro, seu café que a essa altura já esta frio....

- Opa! Deixa eu ir... você tem que estudar!
- (ufa!) Ah! É mesmo... hehehe - ai voce comete o seu 3º erro tentando ser simpática - agente se encontra por aí!

O sujeito dá 2 passos e meio... você já aliviada já coloca os óculos em preparação para voltar para seu "petit monde" mas..... ele se vira....

- Ah! Você vai no show da pessoa X?

Ahhhhhh aí minha filha errar é humano, mas dessa vez a culpa foi sua... o sujeito é incansável!!! Ai meu bem, encosta na cadeira, dá um gole no seu café gelado, acende um cigarro e desencana da prova... porque a conversa vai looonge............

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

JÁ DIZIA BOB....

"A MAIOR COVARDIA DE UM HOMEM É DISPERTAR O AMOR DE UMA MULHER SEM TER A INTENÇÃO DE AMÁ-LA"

LIKE A BIRD

Esistem dois tipos de pessoas: as racionais e as emocionais.

As emocionais são pessoas tomadas pela cegueira do coração. Estão sempre à procura do amor, da felicidade, do companheirismo, mesmo que para isso precisem passar por cima dos próprios planos e objetivos. Para estas o mundo está sempre prestes a acabar e a decisão momentânea é a que importa, não existe resto, não existe depois, não têm consequencias atos não pensados. Para essas, o "Bom" é a felicidade eterna e o "Ruim" é o fim, intenso, tudo à flor da pele.

As racionais simplesmente não têm pele. Tudo que falam e fazem é milimetricamente planejado, não há uma reação sem um objetivo. Toda relação é um jogo, as pessoas são peças a serem manipuladas, marionetes. Para esse tipo de pessoa, a felicidade é uma forma de alienação e o amor é a desculpa para carência. Para essas pessoas o que não pode ser explicado simplesmente não faz sentido. O que move suas atitudes não é a paixão ou o coração, o que as move é a porcentagem de erro, qualidades e defeitos colocados em uma balança.

No fundo ambas vivem infelizes... nenhuma nunca encontra o que procura.... uma joga com a cabeça, outra com o coração, mas ambas jogam o mesmo jogo. O jogo da vida onde todos terminarão no mesmo lugar, sem se dar conta que pensando ou sentindo nada importa. O importante é ser livre. Livre de qualquer pessoa, de qualquer objeto, pensamento ou pré-conceito. O que importa é poder fazer o que quiser na hora que quiser sem ter que dar satisfações, se preocupando com o que possa vir a acontecer depois, mas tendo certeza que arcará com as consequencias sozinho e ninguém mais será prejudicado por suas decisões. O que importa é ser livre, leve, único, sozinho, mas feliz. Eternamente feliz de uma alienação racional.